De modo conclusivo, é importante fazer uma ponderação acerca da actividade desenvolvida in loco, focando os seus vários eixos orientadores, nomeadamente, os momentos de transição entre as várias partes da actividade e a capacidade de resiliência e de cooperação do grupo.
Com esta actividade, tivemos em conta os vários momentos de transição entre as suas diversas partes, mantendo sempre uma articulação educativa e dinâmica. A resposta dada pelo grupo foi positiva pois revelou uma grande capacidade de resiliência face a estas mudanças, segundo o conceito de Bernard (1995) citado por Vasconcelos (2009, p. 87) (resiliência é a capacidade que a criança tem de se adaptar e fazer face às diversas mudanças a que está sujeita ao longo da sua educação).
Segundo Formosinho (1996, p. 17) “à medida que as crianças se afastam da primeira infância, os colegas têm um papel cada vez mais importante no seu desenvolvimento social”. Este aspecto foi notório no grupo pois as crianças revelaram-se muito cooperantes entre si e quando acabavam as suas tarefas ajudavam os outros colegas. As crianças demonstraram ainda uma enorme competência social de colaboração que segundo Griebel e Niesel (2003) citado por Vasconcelos (2009, p. 85) significa a capacidade que a criança tem de se relacionar com os outros pares e de cooperar activamente nas tarefas da sala. Colaboram na limpeza da sala, demonstrando ainda um sentido de cidadania impressionante.
Progressivamente e depois da sala arrumada, as crianças sentaram-se no tapete da sala. Fizemos com elas uma reflexão sobre a actividade. A maior parte gostou das bolas de esferovite pois nunca tinham sido usadas na sala com fim educativo, sendo factor de curiosidade e de descoberta.
As crianças também apontaram a experiência como uma das partes favoritas por lhes ter ensinado quais os líquidos com gordura, ao mesmo tempo que conseguiram relacionar com as vivências do quotidiano.
Os casos de menor envolvimento já nos tinham sido reportados pela educadora e já tinham sido notados por nós aquando da observação no diagnóstico de situação. Por isso, a priori, um dos nossos propósitos era conseguir integrar por completo o grupo nas várias etapas da actividade e, com a ajuda da educadora cooperante e das auxiliares, esse objectivo foi atingido.
Avaliação da actividade
1ª Parte - Experiência “Explosão de Cores”
Na decorrer da experiência, sentiu-se um grande interesse, atenção e sentido crítico por parte do grupo (ver figura 9). Manifestaram-se de forma participativa e pertinente (ver figura 10), embora tenhamos notado dois ou três casos de isolamento. Tentamos colmatar, pedindo a colaboração dessas crianças nos passos da experiência. Notou-se ainda alguma confusão relativamente aos estados físicos da matéria.
Figura 10 - Colaboração das crianças no decorrer da experiência
2º Parte
Recortar a imagem
O grupo revelou um bom manuseamento da tesoura e uma motricidade fina desenvolvida (ver figuras 11, 12 e 13), embora com algumas dificuldades no seguimento do traço do desenho.
Notou-se uma grande ajuda de grupo pois à medida que as crianças iam acabando de recortar a sua imagem, ajudavam as que tinham mais dificuldades.
Escrever o nome no verso da imagem
Todas as crianças, excepto uma, foram capazes de escrever o seu nome sem dificuldades, (ver figuras 14 e 15) evidenciando o trabalho profícuo que tem sido feito pela equipa pedagógica, com o intuito de preparar o grupo para a entrada no 1ºciclo.
Preenchimento da imagem com bolinhas de esferovite
As crianças revelaram um grande entusiasmo com os materiais, principalmente com as bolinhas de esferovite de várias cores (ver imagens 16 e 17). Ao explicarmos às crianças o processo anterior de pintura relembrámos a mistura de cores, que já tinham aprendido com a educadora, consolidando conhecimentos. Demonstraram, assim, na actividade, uma boa capacidade de aprendizagem e aplicação de conhecimentos adquiridos anteriormente.
Referências
Formosinho, J. (1996). Educação Pré-Escolar – a construção social da moralidade. Lisboa: Texto Editora
Vasconcelos, T. (2009). Educação de Infância e promoção de coesão social. In A educação das crianças dos 0 aos 12 anos (pp.76-98). Relatório de Estudo: Parte II - Caracterização da situação. Lisboa: Conselho Nacional de Educação
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